A psicanálise e sua estranheza frente à religião

Rastros e implicações de um objeto êxtimo entre clínica, cultura, política e sociedade

Autores

  • Gabriel Binkowski USP

DOI:

https://doi.org/10.56073/bolformempsic.v29i1.27

Palavras-chave:

Extimidade, religião, estranho, psicanálise

Resumo

Tomamos neste artigo a religião como um problema que aponta para o fenômeno do estranho, daquilo que é um objeto êxtimo, que salienta as fronteiras do sujeito em relação àquilo que está no cerne da subjetividade e do mal-estar da civilização. No projeto da modernidade, o desaparecimento da coisa religiosa gerou inúmeros efeitos, para os quais o retorno da religião nas últimas décadas dá índices que indicam caminhos de compreensão de fenômenos atuais na sociedade.

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Biografia do Autor

Gabriel Binkowski, USP

Psicanalista, Doutor em Psicologia pela Université Sorbonne Paris Nord; Pesquisador Pós-Doutorando no PPG de Psicologia Clínica da USP; Membro do Laboratório de Psicanálise, Sociedade e Política. Supervisor clínico no Grupo Veredas: Psicanálise e Migração. Coordenador do Relapso – Grupo Interuniversitário de Pesquisa em Religião, Laço Social e Psicanálise.

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Publicado

2021-11-15

Como Citar

BINKOWSKI, G. A psicanálise e sua estranheza frente à religião: Rastros e implicações de um objeto êxtimo entre clínica, cultura, política e sociedade. Boletim Formação em Psicanálise, São Paulo, v. 29, n. 1, p. 39–55, 2021. DOI: 10.56073/bolformempsic.v29i1.27. Disponível em: https://revistaboletim.emnuvens.com.br/revista/article/view/27. Acesso em: 19 set. 2024.

Edição

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Artigos