Limites da discursividade e da contratransferência

Autores

  • Flavio Ferraz Instituto Sedes Sapientiae

DOI:

https://doi.org/10.56073/bfp.v32i1.88

Palavras-chave:

Contratransferência, discursividade, identificação projetiva, subjetividade, linguagem

Resumo

O trabalho parte da obra de Susanne Langer, que postulava que nem todo o mundo de experiência de um sujeito pode se exprimir por meio da linguagem. Uma parte importante do que é experimentado não cabe no plano da discursividade. O trabalho defende que aquilo que a psicanálise toma como plano do pré-verbal ou não verbal corresponde a esta zona da experiência descrita por Langer. E defende que, na clínica, o único meio disponível ao analista para o acesso a este universo está nas reações contratransferenciais, que devem passar por um processo de elaboração para serem então instrumentalizadas como parte do dispositivo técnico.

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Biografia do Autor

Flavio Ferraz, Instituto Sedes Sapientiae

Psicanalista. Livre-docente em Psicologia (Ipusp). Professor colaborador do curso de psicossomática psicanalítica do Instituto Sedes Sapientiae. Membro e professor do Departamento de Psicanálise do Sedes.

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Publicado

2024-11-27

Como Citar

FERRAZ, Flavio. Limites da discursividade e da contratransferência. Boletim Formação em Psicanálise, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 22–33, 2024. DOI: 10.56073/bfp.v32i1.88. Disponível em: https://revistaboletim.emnuvens.com.br/revista/article/view/88. Acesso em: 15 out. 2025.

Edição

Seção

Artigos