Do não sonho ao sonho a dois

pelas tramas do enactment

Autores

DOI:

https://doi.org/10.56073/bfp.v32i1.90

Palavras-chave:

Enactment, identificação projetiva, impasse analítico, intersubjetividade, atuação

Resumo

Este artigo pretende compreender o conceito de enactment. Relativamente novo para a psicanálise, ele deriva do conceito kleiniano de identificação projetiva. Para melhor ilustrá-lo, usamos uma vinheta clínica em que a paciente, diante das perdas traumáticas de sua vida, não pôde perceber a gestação de sua analista e pressupor o período de separação iminente. A analista, tomada por angústias transferenciais e contratransferenciais, tampouco pôde dizer à paciente sobre sua condição. O impasse da dupla se desfaz pelo desejo da paciente de interromper a análise. Este trabalho ressalta a importância de explorar os aspectos intersubjetivos inconscientes presentes na dupla analítica, que podem interferir na capacidade de ambos sonharem, a dois.

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Biografia do Autor

Isabella Marcatti, Instituto Sedes Sapientiae

Psicanalista, membro do Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.

Luciana Celani, Instituto Sedes Sapientiae

Psicóloga pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - campus de Assis, São Paulo, e psicanalista em formação pelo Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Pós-graduada em Saúde Mental da Infância e Adolescência pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Rio de Janeiro. Atende em consultório particular.

Marcella Ferreira Gonçalves, Instituto Sedes Sapientiae

Psicóloga pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (UNESP) - campus de Assis, São Paulo, e psicanalista em formação pelo Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, do qual também é membro. Pós-graduada em Psicopatologia e Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e em Psicologia Hospitalar pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestre em Ciências pelo Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Psicóloga Judiciária no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). Atende em consultório particular.

Mariana Maximino, Instituto Sedes Sapientiae

Psicóloga pela Universidade Cruzeiro do Sul e psicanalista pelo Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, do qual também é membro. Pós-graduada em Teoria Psicanalítica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atende em consultório particular.

Sandra Almeida, Instituto Sedes Sapientiae

Psicóloga pela UNIP (Universidade Paulista) – Campinas-SP e psicanalista em formação pelo Departamento Formação em Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, do qual também é membro. Pós-graduada em Psicoterapia Psicanalítica pelo CEPSI – USP (Universidade de São Paulo). Atende em consultório particular e como Psicóloga Escolar numa Instituição privada.

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Publicado

2024-11-27

Como Citar

MARCATTI, I.; CELANI, L.; GONÇALVES, M. F.; MAXIMINO, M.; ALMEIDA, S. Do não sonho ao sonho a dois: pelas tramas do enactment. Boletim Formação em Psicanálise, São Paulo, v. 32, n. 1, p. 34–53, 2024. DOI: 10.56073/bfp.v32i1.90. Disponível em: https://revistaboletim.emnuvens.com.br/revista/article/view/90. Acesso em: 1 abr. 2025.

Edição

Seção

Artigos